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domingo, 19 de abril de 2009

E P I F A N I A !

terça-feira, 7 de abril de 2009

"Isso não é homenagem àqueles que amam, mas um luto aqueles que desmerecem corações.Talvez você tenha medo de acreditar que um dia pode ser feliz e por isso viva em um mundo virtual. Lembrando que ser virtual não é nada virtuoso; acredite no que quiser; mas eu, o iludido mais lúcido que já conheci, acredito piamente que quando o sentimento transcende a racionalidade a existência adquire sentido. Por isso eu acredito no amor. Por isso eu acredito no sorriso. Por isso eu acredito que você ainda vai abrir seus olhos e desmerecer boa parte da razão por te guiar."
Ciranda e Cinderela

segunda-feira, 6 de abril de 2009

"Naquela noite que parecia sem fim, notícias ruins acumulavam-se no ar. Não me julgue pela minha resposta instantânea ou reação inesperada, o dia que tive não foi dos melhores. Tenhas certeza que mal desejo para alguns, mas para ti, nunca. Não te desesperes por minhas respostas monossilábicas e frases secas, eu sou assim em algumas ocasiões e, quase sempre, sem explicação.
Não te atormentes pelo que penso ou sinto, sou egoísta demais, o que te dá o direito de seres comigo também, mas tenho certeza que não serás. Acho que a palavra conformismo foi mal usada e um pouco exagerada, digamos que acostumar fica melhor colocada.Entendas que às vezes sou irracional e desumano, maneira de esconder o quão frágil posso ser por dentro, o quanto de falar que não sinto, sinto duas vezes mais. Não acredites naquele “Eu” que diz que nunca amou ou irá amar, talvez ame ou já tenha amado, mas ainda não hei descoberto."

Você já me pediu desculpas, mas acho que agora eu é que devo pedir.
Eu me sinto tão segura em relação a nós, ao que diz respeito ao que estabelecemos e construímos que acabo aplicando a isso uma ideia de indestrutibilidade.
Talvez eu devesse perceber que toda essa segurança é unilateral, ou então, quem sabe, que eu fantasie demais sobre a ela.
Não queria ter te decepcionado, juro que não. Eu simplesmente confiei demais em mim, no que eu havia introjetado em você.
Desculpe mesmo, Bi. De verdade.
Se eu fiz o que fiz foi por crer que poderia fazer sem danos.
Só peço que você entenda que tem certas coisas que eu PRECISO fazer, DEVO e talvez até QUEIRA. Eu sou assim: preciso quebrar a cara.
Acho que isso parece um pouco com você, não?

Bi, é homo, eu sei. Também sei que você não vai gostar, mas eu simplesmente não aceito a ideia de ficar sem você.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

All you need is love, Beatles.
Uma música agradável e capaz de assumir uma identidade particular para cada um que a ouve. Acho que disso ninguém discorda. Inclusive Fabrício não discordava, já que esses foram os motivos que o levaram a escolhê-la como toque de celular. Ele não era o tipo de cara que recebia muitas ligações, então gostava de ter esses raros momentos assinalados por uma canção tão gentil.
Gentil? Não às 3 e pouco da manhã.
O dia de ontem havia sido difícil, portanto vou poupar a você, leitor, a chateação que lhe causaria ouvir os motivos para tais dificuldade. Só vou dizer-lhe que uma série de imprevistos assolou o nosso pacífico protagonista. A propósito, não era 'pacífico' o seu principal predicativo, outros poderiam ser citados: resignado, passivo, pouco efusivo e... entretanto, doce. Diabeticamente doce, se é que isso é possível. Todo esse seu açúcar, no entanto, abstinha-se da degustação alheia. Se é que você me entende, o Fabrício era um sujeito um tanto enfastiado dos "agrados" de terceiros.
Voltemos ao celular, pois enquanto teço infindáveis linhas descritivas, o aparelho telefônico mantém-se vibrando, tocando e emanando uma série de luzinhas que se chacoalhava conforme o ritmo Beatleano, tudo isso aprisionado no tempo narrativo. Bem, envolto pela penumbra que, aos poucos, dissipava-se diante da dança luminosa daquela joça vibrante, F. estendeu os braços bruscamente até o criado-mudo e agarrou o celular.
1 chamada não atendida.
Ele encarou a tela do eletroeletrônico: ele, acusando-a por interromper seu sono; Ela, chamando-o de displicente por ter perdido o telefonema. Uma onda de indignação percorreu os músculos de Fabrício. "Essa hora da madrugada?!" Enraivecido, virou-se para o lado e tentou entregar-se aos deleites do sono.
...
Mas ele não conseguia.
Quem teria ligado àquela hora, e para quê?
Quase que contra sua vontade, desvencilhou-se das cobertas e sentou-se pesadamente sobre a cama. Coçou os olhos e amaldiçoou sua maldita curiosidade!Exausto, encarou o celular. Sem hesitar por mais um minuto que fosse, tomou-o em suas mãos e clicou na primeira tecla que se confrontou com seu dedo. A luz fez com que seus olhos ardessem, e ele recuou por um breve momento, somente o necessário para se acostumar àquela claridade. Então, lá estava gravado o número que ousou interromper seu descanso. Um número desconhecido.
"Droga, droga, droga, droga...!", lamuriava-se Fabrício.
Percebendo que não conseguiria retornar aos seus sonhos tão facilmente, saiu do quarto, ainda com o telefone em mãos, e dirigiu-se até a cozinha. Lá, ele encheu um copo com água e a tomou em apenas um gole. Sentou-se à mesa. Foi invadido por uma sensação de frustração. Seus dedos apertavam o copo até ficarem com as juntas brancas, enquanto pensava no seu fracasso. Em toda aquela merda de fracasso que o rodeou durante todos os seus dias. Em toda a merda que viria a rodiá-lo. Vai ver que ele também era um merda, no fim das contas, e nada seria mais correto do que estar envolto por seus semelhantes.
Os acontecimentos do dia de ontem açoitaram os seus pensamentos. "Desgraça".
....
Levantou-se às 8h sentindo todos os seus nervos latejarem pelo cansaço acumulado. Pegou uma roupa qualquer de dentro do armário e vestiu-se pesadamente. O nosso pobre Fabrício estava tão desatento, leitor, que não se deu conta que a roupa escolhida era a mesma que vestira ontem.Saiu de casa trôpego, entregando mais um dia de sua vida à rotina. Ah, leitor, e que rotina chata era aquela! Chata a tal ponto de não merecer outro detalhe além desse adjetivo. Sendo assim, desse modo ficará: chata e nada mais. No lugar dessa descrição entediante, caro colega, vou dedicar-me a contar, do modo mais fiel que for capaz, a confusão que se estabeleceu na cabeça do rapaz: sentimentos e pensamentos mesclaram-se com o tédio do dia-a-dia e geraram um descontentamento nunca antes presenciado pelo pacato moço. Ele não podia mais suportar tanto descontentamento, tanta cobrança, tanta monotonia... tanta gente chata e ordinária ao seu redor!
Desejava fugir, esconder-se, libertar-se...!
Porém, ele não faria isso, obviamente. Era fraco demais. Ele sabia; todos sabiam, e agora também, você sabe. Aguentou mais aquele dia, fazendo o possível para desamarrar o nó em sua garganta. No entanto, afroxou-o apenas. Voltou para casa tarde da noite. Havia cumprido suas obrigações estudantis às 18h, mas por algum motivo não queria voltar para aquela cama, para aquela sala, para aqueles espelhos no corredor. Ele resolveu que iria andar de carro... andar até já ter decorado todas as pixações nas paredes paulistas. Ele não decorou, como já era esperado, e retornou para sua moradia quando um dos ponteiros do painel indicava que a gasolina estava acabando. Entrou na garagem, estacionou o carro, pegou o elevador e então apertou o número 17.
Adentrou a sala e, pela primeira vez desde que ganhara aquele apartamento, reparou na sombra produzida pelos objetos que compunham a mobília. Sentou-se ali mesmo, naquela primeira poltrona, ao lado da porta. Atirou seu corpo sobre ela, e lá permaneceu, imerso no silêncio.
Sem vozes, buzinas, sinais... sem Beatles, de novo.
...
Outro dia sem Beatles.

...sem Beatles;

...sem Beatles.


"Que os Beatles morram!"



...Lá estava o Fabrício, mais uma vez naquela poltrona, remoendo insatisfação. Mas não reagia. Sua passividade era grande demais para isso. Seu resigno o impedia de assumir a si mesmo que precisava de alguém.
...Alguém...
Quem?
Sentiu-se sozinho; uma sensação de gosto amargo. Amargura nunca antes experimentada. NUNCA. Pensou em si, pensou na merda toda e então cansou de pensar. Ele queria alguém, alguém pra conversar. Não sei se foi o impulso que levou Fabrício a fazer o que fez, mas o que importa é que o fez e ponto final. Ele pegou seu celular e ligou para o número desconhecido.
Uma vez; Duas vezes; Três vezes.
-Alô?
A voz era suavemente rouca, marcante e encantadora. Voz de mulher. Duas sílabas foram o bastante pra fazer com que ele se arrepiasse.
-Vo... Você me ligou há uns 3 ou 4 dias atrás, de madrugada. Eu me chamo Fabrício.
A voz calou-se por alguns instantes, então respondeu:
-Desculpe pelo incômodo, acho que liguei errado. Não conheço ninguém com esse nome.
-Ah... tudo bem então... eu só queria...- Fabrício se calou repentinamente. Estava decepcionado por ser engano. Queria alguém para compartilhar. "Mas como ousou ele, pessoa tão insignificante, pensar que alguém gostaria de falar-lhe?! Um idiota, isso sim! Um..." Seus pensamentos foram interrompidos quando a voz do outro lado disse:
-Sim?

-Não, nada. Desculpe. Tchau, obrigado.



E desligou.


Do outro lado da linha, a garota pôde ouvir o TU-TU-TU do telefone. Ela desabou, trêmula, sobre a cadeira da cozinha. A luz fraca refletia nos azulejos brancos, no granito da pia, no aço das cadeiras. Do lado de cá, Fabrício continuou no sofá. Apoiou a a testa nas mãos, e assim ficou, afundado no escuro da sala.
Cada um sentia de maneira particular os efeitos colaterais daquela ligação.
Entretanto, ela era quem sentia mais.Sentia não ter dito quem era; o que queria. Sentia ter permitido que as coisas permanecessem na inércia.Sentia não ter falado de seus sentimentos. Sentia o fato de que ele jamais saberia.
E ele não soube.







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Final alternativo:

Adicione ao final anterior:



Seguiu seus dias da mesma maneira com que havia sempre seguido. E assim foi, e assim é. Trocou o toque do seu celular por um daqueles "pipis" comuns. Esqueceu-se da música. Desfêz-se da doçura e lambusou-se num falso contentamento.Ela não ligou mais. Continuou com sua voz rouca, encantando multidões, sorrindo sempre. E continuou sem ele. Continuou sem nunca ter ousado interromper toda essa continuidade.E assim termina a histórias de 5 dias da vida de Fabrício. Ele fez outras coisas depois, e a garota do telefone também.Foram razoavelmente felizes, cada um com sua vida... diria que tiveram alegria na medida em que se permitiram tê-la. Mas, sinceramente... eu gostaria de saber o que teria acontecido se 'All you need is love' tivesse tocado apenas 5 segundos a mais.
Agora sei que esse é o tipo de música que só se toca uma vez.