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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

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sábado, 22 de agosto de 2009

http://www.youtube.com/watch?v=gSPfwCZchhg
Grace is Gone - DMB


obs: Anônimo, quem é você?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Confissões Adjetivas


Se bem que, para começar, não poderia querer definir a diferença entre o dito “certo” e o “errado”, muito menos estabelecer estreitamento na relação – desejada por todos, então, inexistente – entre tais pontos que a eles lhes cabe a posse.
Ocorreu-me essa ideia quando divagava, aguardando impaciente pelo sono que não vinha, sobre o que fiz ontem – ou há muitos meses atrás – mas que se mantém palpitante na memória de tal modo a se arrastar ao presente e tomar-me conta por inteiro: desde reflexões sobre o que foi feito, como novas atitudes em relação a velhos acontecimentos.
Nesse cenário, pus-me a tencionar sobre o que fiz – e assim deixei simplesmente feito-, e sobre o que fiz e assim não o devia. Este caso, no qual há a exigência da mudança, atingiu-me ao peito com estranhas sufocações e inquietantes culpas de consciência: e então a mim a sentença: erraste!
Mas como poderia ter, assim, feito?
Sei bem ter contrariado a todos os conselhos e conceitos me empurrados goela à baixo quando golfei-os violenta e porcamente sobre as faces julgadoras que se postavam rigidamente diante de mim. “Mas o que havia para ser feito?” Pensei. E então, veio-me a segunda frase: fizeste o que era certo para ti!
E assim volto ao primeiro parágrafo dessa escrita auto biográfica e quase inconsciente: de que profundezas obscuras desenterrei tais adjetivos: certo e errado? Oh! Já estou errada: não poderiam jamais prover de algum lugar profundo qualificações tão superficiais. Sendo assim, refaço: de que superfície esgarçada retirei os conceitos do maniqueísmo? Ah, sim. Agora me parece melhor – quase certo, contraditoriamente.
Sem mais delongas, volto-me ao meu passado tão presente e desejo, ainda assim, ter agido diferente. Não por força do erro ou do acerto, mas sim pela irrevogabilidade que a constante mudança impõe ao meu ser e, sendo assim, é a causadora de profundos arrependimentos e inquietações. Aquilo que, outrora, fora considerado inequívoco, agora se mostra a mim como realmente era: nada, senão inequívoco.
No entanto, no escorrer dos minutos desse tempo que se arrasta, passei a enxergar pontos de equívoco em um todo sem enganos. E não culpo a isso as transgressões temporárias que afetam se não somente a mim, eu que por elas sou susceptível ao encontro e influência.
Eu que tão frágil entrego minhas noites ao mais profundo e inerte devaneio, esse que não é outra coisa além de um reflexo embaçado dessa alma que de límpida e rutilante não há nada: no seu íntimo ela é envolta por uma densa neblina que já não tenho conhecimento se por lá sempre esteve, ou se se agarrou às paredes de minha consciência e pensamento de um modo penetrante.
Veja só!
Já estou eu, novamente, fazendo uso de adjetivos essencialmente antagônicos na tentativa de expressar o que abrigo em mim. Desculpe-me pela falha!
Creio ser uma pessoa adjetiva. Qual outro seria o motivo de tanto utilizar predicativos?
Não que essa afirmação, seguida por uma pergunta, exclua por completo a possibilidade de me ser apenas familiar o hábito de discorrer exaustivamente sobre qualquer questão (seja ela ignóbil ou não). Só me parece mais sonoro e respeitoso a mim dizer que sou adjetiva.
Aliás, é um belo adjetivo dizer-me adjetiva.
Estranho.
Não são apenas os minutos que se escorrem com a vivência: também sinto meus dedos pulsarem inconscientes. Será que finalmente saí de mim? Ah, creio que não, infelizmente. Mesmo que saída tenha sido sempre o que procuro.
Saída não, fuga.
E é fugindo de mim que me calo na noite, em sua calada, para tentar encontrar escapatórias, encontros, despedidos e cumprimentos que não cabem apenas aos caminhos do caso: são propriedades minhas. E não é, se não por isso, que encho meu eu com tanto remorso e tanta solução para tal: primeiro com o errei, depois com o errei por isso ter sido o certo, e, por fim, convencendo-me de que nada pode ser tão, tão antagônico e sem sentido assim.
Mania estranha essa minha de achar causa e efeito pra tudo. Justificativas que cabem em si – e só em si, e logo não me alcançam, pois no meu íntimo continuo a perguntar: Por que fizeste isso, criatura?
“Está feito”, é a resposta do meu eco nada sonoro a mim.
É, está feito.
Mas não nas entranhas da noite.
Elas me são amigas e conselheiras: maiores provas de compaixão que já que recebi. Não a compaixão de Kundera, dizendo que ela atinge a todos de forma irreversível, e sim a verdadeira compaixão: aquela que é marginalizada, sufocada e oprimida.
Então, é assim que me despeço: sem um simples “até” ou um solene “adeus”, mas apenas com um copo de suco de maça à mão, um pijama a me cobrir o corpo, a visão da cama em minhas vistas e a certeza de que mais um momento amigo, apesar de angustiante, está por vir.
Finalmente vou me deitar.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Hoje eu acordei cansada.
Do quê eu não sei direito, mas foi assim como me levantei e assim que estou agora.
Não é um cansaço físico, aliás eu estou quase muito bem nesse aspecto (apesar dos quilinhos indesejados).
Acho que eu acordei, mesmo, é exausta de mim.
Nada de uma exaustão depressiva, lamuriante, chorosa e etc. Ela é entediante.
Ela faz com que a realidade seja indiscutivelmente monótona, e isso porque a minha imaginação já foi muito recheada com todos os tipos de cenas fantásticas vindas de livros, filmes e sabe-se mais lá mais do quê.
Calma, explico: acontece que eu não consigo me prender aqui.
"-Aqui aonde?"
Aqui, bem aqui. Nesse chão que todo mundo (literalmente) pisa todos os dias.
E então eu fujo.
Fujo metaforicamente, claro. Mas às vezes parece bem real, se quer saber.
E eu fujo sempre, pelo menos uma vez por dia, e o faço por ser de bem fácil acesso, já que é muito, muito simples inventar aquilo que eu bem entender.
Invenções inacreditáveis, sempre. (Agora é a hora quando eu agradeço aos "livros, filmes e sabe-se lá mais o quê").
Hoje, por exemplo, eu passei uma boa uma (numeral, não artigo) hora me visualizando com um violão, sobre um palco mal iluminado, cantando pra um público inusitado, com a exatidão da palavra. E depois, claro, fui acometida por uma cena de amor ao fim do espetáculo, afinal eu não consigo me mascarar como uma insensível-auto-suficiente-sem-coração para mim mesma, somente para os outros, e olha que nem é sempre que disfarço com sucesso.
O problema é que, depois dessa uma boa uma hora, eu volto a lembrar de que não toco, não canto, não estou em um palco - só sobre minha cama - e que, infelizmente, o meu vizinho não é o galã dos meus devaneios.
E então tudo fica pequeno, miúdo, sem graça.
É claro que eu não espero, ou melhor, não posso esperar que as minhas loucasidealizaçõessemsentido (escrevo tudo junto por se tratar de uma única coisa) concretizem-se de um dia por outro. Meio como água pro vinho e migalha pra baguete, sabe? Não existe, não dá.


Maaaaaaaaaaaaaaaaaas (sempre TEM que haver um porém - ou um maaa(...)aas, no caso, senão não sou eu) a i n d a tenho "esperanças" (?) na realidade, já que, afinal, tudo o que eu sinto quando sonho acordada nada mais é do que uma sensação também não-realizada sendo que o que eu posso sentir enquanto não sonho e continuo acordada não é apenas real como também palpável.

Faz sentido, não é?

Espero que faça.




sexta-feira, 19 de junho de 2009

E ela espera.
De novo.

Sua vida inteira havia sido uma constante espera, mesmo que ela não tenha se dado conta disso. Esperou pela primeira boneca, pela primeira maquiagem, pela autorização dos pais para fazer o segundo furo na orelha, esperou pelo primeiro beijo – como esperou! – , esperou que alguém lhe dissesse que todos os boatos sobre fadas serem falsas eram mentira e, quando eles não disseram, ela se desesperou. E depois só esperou o desespero passar, e realmente acreditou que ele tenha passado. Mas será que ele passou?
Depois, ela esperou pelo pedido de namoro. Uma vez. Duas, três. E muitas outras vezes. Até que um aconteceu e a fez perceber que namorar não era exatamente aquilo que ela esperava. Então foi embora e esperou a mágoa passar. Essa passou, cicatrizou, mas deixou uma marquinha branquinha, bem fininha, quase imperceptível, mas que estava lá.
Aí ela esperou pela lista. A lista de aprovados no vestibular, a lista de empregos, de promoções de viagens, de carros e imóveis a venda. Esperou pela inspiração pra fazer a tatuagem certa. Quando teve a ideia perfeita, mostrou-a à mãe, esperando pela reprovação. Não a recebeu. Estranhou. Aceitou feliz. Olhou pra irmã, esperando que ela lhe dissesse “uau, que legal”, ou algo assim, e ela disse exatamente isso. Que bom que disse.
Uma vez. Duas vezes. Três vezes. Muitas vezes. Ela esperou e esperou pelo homem dos seus sonhos, até que um dia ele apareceu, e no outro ele se foi. Aliás, não foi ele que se foi, apenas o sonho tinha mudado. Nascera um outro, bem bonitinho e gordinho, de perninhas flácidas. Chamava-se Alice.
Então, o sonho foi crescendo, e ela esperando que ele pedisse a boneca, a maquiagem, o segundo furo, escondesse o primeiro beijo. Esperou que ele se tornasse um sonho meigo e doce. Inteligente, bem educado, culto. Afinal, quantas horas ela havia passado apresentando livros e autores e compositores e instrumentos e quadros a ele? E o sonho cresceu. Ficou bem grande. Uns 55 quilos, 1,63 metros. É, já era maior do que ela. E ele não era tão culto assim, nem tão meigo. Mas era engraçado, muito feliz. Trazia-lhe mais alegria do que poderia prever.
Depois de tudo isso, ela esperou a aposentadoria: e ela chegou! Guardou o dinheiro e esperou o verão para ir a um lugar paradisíaco fugindo do mundo. Mas o seu salário não era tão grande assim, então ela esperou uma boa promoção para parcelar em 12 vezes sem juros sua viagem de 15 dias para X. E ela esperou pelas semanas. E nas semanas, esperou que cada dia se arrastasse como três. E esperou conseguir fugir. Não fugiu, Voltou morrendo de saudade de Alice.
Do que mais poderia ter sentido saudade?
De si, talvez. De tanto esperar pelos outros, talvez tenha esquecido no caminho, derrubado, por acaso, uma parte importante que compunha seu ser. Ou não. Ela não sabia. Nem a gente sabe.
Mas, enfim, ela voltou para Alice.
E esperou.
Esperou pelo seu abraço. E o recebeu bem apertado. E, então, toda a espera de uma vida toda valera apena.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Os lineares são sempre muito estreitos, curtos demais. Estar sobre um – ou vários – é mais do que andar em uma corda suspensa a infinitos metros de altura em relação ao chão: é ter as pernas bambas. Constantemente bambas. E tê-las nesse estado é uma espécie de auto-suicídio, pois a escolha de estar prestes a desabar é exclusivamente sua.

Dizem que as pessoas são loucas: pura verdade.

Todas temem a morte, mas não por amarem demais a vida. Acho que do quê elas realmente gostam é do perigo, do êxtase por ele oferecido. É isso aí, nada como olhar para os próprios pés e ver um mar de arranha-céus explodindo, eclodindo abaixo de você. E o melhor – ter plena consciência de que, a qualquer momento, aquilo tudo pode se destroçar.

Eu estou sobre uma linha manca. Sobre pernas finas e fracas. Ou seria o contrário? Não importa. Ambas podem arrebentar a qualquer momento. Elas estão fundidas - quentes, de um vermelho brilhante e flamejante. A fumaça se solta e chega até meu nariz. “Cheiro estranho, mas não exatamente desconfortável”, penso eu.

Cada passo em direção ao lado oposto sentencia o afunilamento da já tão sensível ponte.
“Íngreme, Íngreme. Deve doer desabar”.

No entanto, sinceramente, não há muito com o que se importar. Cada um está perdido dentro de si e de suas complexidades – ou simplicidades, por que não? E é exatamente nessa perdição que se sustenta uma linha concreta, sem risco de ruptura: a certeza de não ter escapatória.

“Não sei se eu tenho o que quero ou se me agarro àquilo que preciso.”

Mas o importante mesmo é se agarrar muito, muito forte, com unhas e dentes e dedos e pernas e braços. Pois, assim, se sabe: não há como cair.
Dias que parecem tantos e que são tão poucos e frescos

domingo, 19 de abril de 2009

E P I F A N I A !