Hoje eu acordei cansada.
Do quê eu não sei direito, mas foi assim como me levantei e assim que estou agora.
Não é um cansaço físico, aliás eu estou quase muito bem nesse aspecto (apesar dos quilinhos indesejados).
Acho que eu acordei, mesmo, é exausta de mim.
Nada de uma exaustão depressiva, lamuriante, chorosa e etc. Ela é entediante.
Ela faz com que a realidade seja indiscutivelmente monótona, e isso porque a minha imaginação já foi muito recheada com todos os tipos de cenas fantásticas vindas de livros, filmes e sabe-se mais lá mais do quê.
Calma, explico: acontece que eu não consigo me prender aqui.
"-Aqui aonde?"
Aqui, bem aqui. Nesse chão que todo mundo (literalmente) pisa todos os dias. E então eu fujo.
Fujo metaforicamente, claro. Mas às vezes parece bem real, se quer saber.
E eu fujo sempre, pelo menos uma vez por dia, e o faço por ser de bem fácil acesso, já que é muito, muito simples inventar aquilo que eu bem entender. Invenções inacreditáveis, sempre. (Agora é a hora quando eu agradeço aos "livros, filmes e sabe-se lá mais o quê").
Hoje, por exemplo, eu passei uma boa uma (numeral, não artigo) hora me visualizando com um violão, sobre um palco mal iluminado, cantando pra um público inusitado, com a exatidão da palavra. E depois, claro, fui acometida por uma cena de amor ao fim do espetáculo, afinal eu não consigo me mascarar como uma insensível-auto-suficiente-sem-coração para mim mesma, somente para os outros, e olha que nem é sempre que disfarço com sucesso.
O problema é que, depois dessa uma boa uma hora, eu volto a lembrar de que não toco, não canto, não estou em um palco - só sobre minha cama - e que, infelizmente, o meu vizinho não é o galã dos meus devaneios. E então tudo fica pequeno, miúdo, sem graça.
É claro que eu não espero, ou melhor, não posso esperar que as minhas loucasidealizaçõessemsentido (escrevo tudo junto por se tratar de uma única coisa) concretizem-se de um dia por outro. Meio como água pro vinho e migalha pra baguete, sabe? Não existe, não dá.
Maaaaaaaaaaaaaaaaaas
(sempre TEM que haver um porém - ou um maaa(...)aas, no caso, senão não sou eu) a i n d a tenho "esperanças" (?) na realidade, já que, afinal, tudo o que eu sinto quando sonho acordada nada mais é do que uma sensação também não-realizada sendo que o que eu posso sentir enquanto não sonho e continuo acordada não é apenas real como também palpável.Faz sentido, não é?
3 comentários:
sim, faz sentido.
Lembrando que esquerda e direita não passam de convenções...
Pula! Pula que da sono!
Will.
se dissesse que antes de dormir não penso em você faria sentido,
mas deixaria de ser verdade.
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